Posted by : LKMazaki terça-feira, 27 de abril de 2010


Cena 03 - O Código do Livro

A neve parara de cair naquela tarde fria porém simpática de Dezembro. O clima natalino já estava entre os estudantes que preparavam suas trocas de presentes e ou trabalhavam na grande festa que é dada na virada de ano na cidade acadêmica. Realmente ver todos aqueles jovem caminhando para seus compromissos, ou mesmo a passeio, em grupos pela paisagem coberta de uma alva neve trazia o espírito do fim de ano a qualquer habitante de Mahora.

Setsuna e Konoka também caminhavam pela cidade acadêmica tranquilamente, aquela era mais uma tarde livre de atividades graças aos tais preparativos para o fim de ano e as duas “praticamente algo” aproveitavam o tempo livre para ficarem na companhia uma da outra. Andaram de mãos dadas por todo o percurso que fizeram do refeitório até o afastado banco onde sentaram sem nem ao menos notar (era lógico que Konoka tinha percebido, mas sabia que a outra teria um ataque e perderia a coragem de ficar de mãos dadas em publico se percebesse, por isso ficou quieta sobre aquilo).

A espadachim fintou distraidamente o rosto da “amiga” durante vários minutos, fazendo a garota começar a corar de leve. Setsuna nem pareceu notar que deixava-a sem jeito, parecia ver algo que Konoka se perguntava o que seria:

- Kono-chan...... – começou num tom sério ainda observando o rosto da quase-maga.

- S-sim?

- Andou treinando no refúgio muito tempo?

- Quê? – Konoka estranhou a pergunta.

- Seu poder.... parece diferente...

“Baka!!”. A curandeira teve que se controlar pra não dar um tapa bem sonoro na própria testa. Como era idiota! Esquecera de fazer a técnica para disfarçar seu poder mágico, obvio que Setsuna notaria a diferença “sutil” em relação ao dia anterior. Pelo menos estava chegando perto do dia que não precisaria mais disfarçar para os amigos sobre aquilo, mas ainda assim estaria encrencada se todos notassem antes da hora:

- Estava praticando apenas.... – respondeu tentando disfarçar “manualmente” o poder.

- Mas...... – não que a espadachim achasse ruim que ela melhorasse sua técnica, mas aquela diferença......

- Além do canalizador que experimentei ontem para ver se conseguia controlar mais magia. – complementou Konoka.

- Ah.... um canalizador. – estava explicado.

“Ufa..... gomen mentir Set-chan -.-”.

- Kono-chan..............

- Sim? – Konoka não notou a mudança no tom de voz da meio-uzoku.

- Como pode gostar de mim se eu sou.......

Nossa, que mudança bruscas de assunto! A Konoe encarou a outra por alguns segundos, perplexa, mas rapidamente se recuperou e sorriu do modo mais característico seu (e maravilhoso na opinião humilde de Setsuna) possível:

- Porque eu vejo na Set-chan muito mais do que o que as outras pessoas vêem. – respondeu como se disse a coisa mais natural e simples do mundo. A espadachim engoliu em seco diante do impacto das palavras.

- Mas........... - nem fazia idéia de como contra-argumentar, mas tinha que existir algum contra-argumento possível.

- Eu vejo que pessoa maravilhosa Set-chan é, não importa as outras coisas bobas que as “convenções” dizem.

As duas se encararam em silêncio. A garota de cabelos chocolate podia notar o brilho diferente que sua Set-chan tinha no olhar. Sabia que tinha dito coisas muito sérias com excessiva simplicidade, mas não tinha como ser diferente. Para ela era tudo natural, afinal, quem seria capaz de olhar apenas a hanyou se conhecesse que é a pessoa de alma tão bela por detrás daquele rótulo?

Konoka era mesmo uma pessoa diferente de todas, aquelas palavras eram mais uma prova para a uzoku de como nunca existiria alguém no mundo que a visse como Konoka a via, nunca existiria alguém que a amasse como ela a amava..... ninguém.....

“Por que tem que ser assim?”.

Setsuna desviou o olhar, virando-se. Não podia demonstrar no olhar o que acontecia em seu coração, não aquilo. Não podia fazer Konoka ver antes da hora o que era o destino.... não, nunca iria....

- Set-chan? O que houve? – a espadachim esqueçera do detalhe de que os magos brancos (mesmo os quase-magos) tinham uma percepção muito mais aguçada que alguém comum. ( realmente era tola se achava que algum dia fosse conseguir esconder seus sentimentos de Konoka).

- N-nada.....

- Set-chan! – “nada de esconder o jogo droga!”.

- Gomen ne.......

- O que aconteceu?! – Konoka já não escondia que o jeito da espadachim a preocupava, aquela atitude sinistramente lhe fazia lembrar do estranho medo que as vezes a ocorria.
Sem dizer nenhum palavra Setsuna se virou a abraçou apertado. Não havia ninguém por perto, mas mesmo que houvesse a espadachim não se importaria. Precisava daquele abraço. Não tinha certeza do futuro, só conseguia ver escuridão, o calor de Konoka era a única coisa que podia livrá-la naquele momento daquele pesadelo:

- Sabe que eu te amo, não sabe Kono-chan? – perguntou com a voz falhando, com o rosto encostado no ombro da garota mais preciosa do seu universo. Precisava daquelas palavras pra se acalmar.

- .......... – a voz da quase-maga sumiu por um instante. Não podia entender completamente, era como se elas conversassem algo alem do que as palavras, mesmo que não fizesse idéia do que era aquilo sabia que entendia perfeitamente Setsuna. – Eu também te amo Set-chan...... muito.

- .......

“Eu sempre vou estar contigo Set-chan... sempre”.

“Kono-chan...... confie em mim”.







- Atchooo!!

- S-saúde Asuna-san.... - *gota*

Grande parte da Ala Alba reunia-se ao redor de uma grande mesa de madeira antiga, em uma das muitas salas de estudo secretas que existiam na ilha biblioteca. Apesar das brincadeiras e descontração de sempre aquela deveria aparentar ser uma reunião séria, mas quando eles conseguiam conversar seriamente sobre algo?

- Alguém deve estar falando de mim por ai.... – sugeriu Asuna ainda com o nariz entupido pelo espirro exagerado que dera.

- Na verdade me parece que está ficando gripada apenas. – observou Chisame sem emoção enquanto digitava algo freneticamente no seu laptop. Kuu Fei e Kazumi que estavam sentadas dos lados da hacker observavam espantadas o trabalho aparentemente difícil que a nerd fazia em seus códigos secretos.

- Eu não fico do.....do.........ATCHOOOO!! – tentou responder Asuna porém sem poder terminar porque teve que sair correndo em busca de algum toalete por perto para limpar o estrago nas mãos.

- Nossa... a Asuna só fica doente de anos em anos, parece que chegou a vez de novo. - comentou Haruna terminando uma ilustração de dois garotos abraçados para um mangá yaoi que estava publicando atualmente.

- Pessoal.........

- Será que ela tem que tomar remédios de macaca quando fica doente? – se questionou Chisame fazendo as garotas rirem. - ?!

- Pessoal..........

- Aff, reunião sem graça, mais proveitoso eu voltar pra floresta para treinar. – resmungou Kotarô entediado da conversação.

- Pessoal..........

- É verdade, o Kotarô num é muito bom de falar sabe, sempre fica entendiado com reuniões.... – comentou a mangaka guardando o desenho numa pasta reservada.

- PESSOAAAAALLLLLL!!!!

Todos calaram, finalmente escutando Negi que explodira depois de meia hora tentando chamar a atenção daquele grupo distraído. O garoto suspirou antes de começar a falar:

- Bom, eu só pedi a presença de todos por que...... sinceramente estou meio perdido pra começar a pesquisar um meio de desvendar este livro... – disse o garoto apontando para um lugar vazio sobre a mesa onde deveria estar o livro codificado. – Livro?!

- Muito interessante Negi-sensei... – comentou Nodoka que espiava as páginas por cima do ombro de Yue, que folheava o volume completamente compenetrada.

- Mas Negi..... Como é que agente vai te ajudar nisso? – questionou a paparazzi e todos fizeram gestos de concordância quanto a incapacidade de ajudar.

- Bem...... eu sei disso, mas......... somos a Ala Alba, então pensei em ver se tinham alguma idéia para me ajudar.......

Todos os presentes viraram-se para Negi que engoliu em seco diante dos olhares. Até Yue que parecia em outro mundo despertou, assim como Chisame:

- O que foi.......? - perguntou o garoto sem entender a reação.

- Nunca te vi falando como se fossemos um time desse jeito Negi. – disse Haruna com um leve sorriso.

- É verdade... normalmente cê age como se quisesse proteger as garotas e tals.... – concordou Kotarô.

- Hein?

- É bem difícil te ver falando como se fossemos uma equipe de verdade, isso é mais fala da Asuna. – explicou Kazumi.

- Os dois andam sempre tão juntinhos que já estão falando igual..... – riu-se Paru fazendo várias garotas à mesa corarem nervosas.

- N-Não é isso!! – desmentiu Negi de modo excessivamente nervoso, balançando os braços de modo exagerado.

- Hihi... nervoso Negi-sensei? – perguntou Kazumi de modo debochado.

- Er.. er....... – o garoto se matava por dentro por estar corando com aquelas brincadeiras. Por que daquelas vez elas incomodavam mais que normalmente?

- Qual é o papo aí? – perguntou Asuna chegando a mesa fazendo todos estalarem. Negi engoliu mais saliva, nervoso.

- Nada Asuna, só o de sempre. Mas melhor voltarmos ao assunto né? – sugeriu Haruna tentando evitar o perigo que a destruição que a ruiva causaria era aos seus desenhos preciosos.

- ?

- Por que o moleque ficou tão nervoso? – questionou-se Chisame sem que as outras escutassem.
- Então, ninguém tem uma idéia do que fazer com o Livro? – perguntou a ruiva diretamente quando se sentou. – Claro que eu acho que esse livro é uma chatice perda de tempo, mas se o Negi quer desvendar......

- Asuna! – choramingou o professor mago.

- Na verdade... - começou Yue novamente com os olhos correndo pelas páginas do livro. – Eu pensei em algo....

- Grande Yue! – exclamou Asuna erguendo o punho.

- Talvez eu pudesse fazer algo também, mas não vou gastar meu tempo... – comentou Chisame. Kuu e Kasumi *gota*.

- O que pensou Yue-san? – perguntou Negi animado, era obvio que seria uma boa idéia, vindo de quem vinha.

- Este código muito provavelmente foi criado exclusivamente para este livro. Desde anteontem, quando disse sobre o que se tratava eu pesquisei, e tenho quase certeza sobre este código ser único. O fato é..... que se esse código é único, não existem registros deles em nenhum lugar do mundo.......

- Nenhum lugar?! – engasgou-se Negi. Então era um código morto?!

- Nenhum lugar....... a não ser onde foi criado.

- Como?! – todos perguntaram em uníssono (tirando Chisame, que já tinha entendido onde o pensamento de Yue ia chegar).

- Eu lembro...... de já ter visto algo parecido com isto em algum lugar. – continuou Yue tocando as letras no papel. – Aquele provavelmente é o único lugar que registra algo sobre como desvendar o livro.

- E onde foi isso? No Mundus Magicus?! Onde? – perguntou Negi impaciente para saber.

- Em um livro na casa do seu pai em Kyoto, Negi-sensei. – respondeu Nodoka.

- Hein? – Asuna não entendeu de primeira.

- Na......casa do meu pai?

- Hum...... – Haruna se esticou para roubar o livro das mãos de Yue e espiar suas páginas. – Eu lembro mesmo.... fui até eu mesma que peguei um dos livros da estante e te mostrei, não foi Yue?

- Exato.

- Então está no meio daqueles livros que estão na casa do meu pai....... vocês viram quando Eishun-sama nos levou lá............ entendo.

- Então pelo visto agente tem q ir lá pra encontrar esse livro né? – perguntou Asuna que ainda não tinha entendido direito.

- Na verdade.... Negi-sensei..... – disse Yue apressada. – Eu gostaria de lhe pedir algo....

- Me pedir? – o garoto não entendeu do que poderia se tratar.

- Gostaria que nos permitisse, a mim, Nodoka e Haruna... para irmos a casa de seu pai em seu lugar para descobrir como decifrar o livro.

- Vocês? – Asuna estranhou.

- Eu também? – Haruna se surpreendeu em ser citada.

- Boa, tampinha..... – comentou Chisame baixinho.

- Sim. Eu gostaria muito disso. – confirmou a garota determinada, encarando o professor.

- Bom........ – Negi demorou alguns segundo refletindo sobre aquilo. Seria certo mandar suas alunas resolverem algo por ele assim? Ele sentia que aquilo era algo que interessava ele particularmente, porém.... ele próprio tinha dito que era uma equipe..... talvez aquilo precisasse do trabalho de toda a Ala Alba, ou pelo menos nessa parte simples e inofensiva talvez fosse melhor assim. – Tudo bem, eu ficaria muito agradecido se pudessem me ajudar Yue.

- Ele aceitou? – estranhou Asuna.

- Isso é um trabalho da Ala Alba Negi, não é mais do que nossa obrigação fazer isso! – afirmou Haruna já animada em passar alguns dias passeando em Kyoto em pleno inverno.

- Essa tampinha é mais esperta do que se pode supor.... – disse para si mesma, Chisame.

- Então.... falarei com o diretor para que autorize a saída de vocês nesse final de semana garotas!

- Mas Negi.... – tentou dizer Asuna sem ser escutada.

- Legal, no fim das contas agente vai ter todo esse poder legal pragente! – animou-se Kotarô pensando as possibilidades de desvendar um segredo tão bem guardado pelo Thousand Master.

- Eba! – animou-se Kuu Fei.

- Calma ai gente, não sabemos que tipo de poder é..... – tentou dizer a ruiva novamente sem ser escutada. O que mais estranhava era a naturalidade com que Negi aceitava envolver seus alunas dessa vez. Realmente ele devia estar querendo muito saber que segredo era aquele. Pela primeira vez parecia pensar em seus interesses puramente pessoais, sem pensar apenas “por que meu pai... por que meu pai...”.

- Kyoto! – comemorou Haruna.

- Gen.......gen................

- Asuna? O que foi?

- ATCHOOOOOOOOOO!!!!!!!



[Continua]

2 Responses so far.

  1. nana says:

    amei *---* ....... depois meus pais vão acusar vocês de me matar de curiosidade D: ....o q foi q a se-chan fez ?? i_____i

  2. negagirl says:

    o caso konosetsu ta ficando tenso ç_ç

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